sexta-feira, 25 de outubro de 2013

Como alcançar a Realização do Eu Superior, segundo Sri Ramana Maharshi


"Todos deveremos retornar à nossa fonte. Cada ser humano está em busca de sua fonte e algum dia a encontrará. Nós viemos do Interior, nos exteriorizamos e, agora, temos de nos interiorizar outra vez. O que é meditação? É nosso Ser natural. Nos recobrimos com pensamentos e paixões, e para descartá-los devemos nos concentrar em um único pensamento: o Ser.

O Ser é como um poderoso imã oculto dentro de nós. Nos dirige gradualmente para Si, embora imaginemos estar indo para Ele de nossa própria vontade. Quando já nos aproximamos o suficiente, Ele coloca um fim a qualquer outra de nossas atividades, nos torna silenciosos e assim engole nossa própria corrente pessoal, matando dessa forma nossa personalidade. Isto sobrepuja o intelecto e inunda todo o ser. Pensamos que estamos meditando n’Ele e nos aproximando d’Ele, enquanto que a verdade é que somos como filigranas de ferro e é o imã do Atman que nos atrai para Si. Assim, o processo de realizar o Ser é uma forma de divino magnetismo.
Pergunta: 'Como atingir a realização do Eu Superior?'
A realização não é algo que se obtém, já está aqui. Basta libertar-se do pensamento “Não realizei!” A quietude, ou paz, é a realização. Não há um só momento em que o Eu Superior não exista. Enquanto persistirem dúvidas ou o sentimento de não-realização, deve-se buscar a libertação destes pensamentos, os quais se originam na identificação do Eu Superior com o ego. Ao desaparecer o ego, apenas o Eu Superior permanece. Para que se aumente o espaço em um recinto, basta retirar o que está obstruindo o espaço. O espaço não é trazido de nenhum outro lugar.

O problema é que você ignora seu estado de plenitude. Este desconhecimento lança um véu sobre o puro Eu Superior, que é beatitude. Este conhecimento errado é a falsa identificação do Ser com o corpo, mente, etc. Essa falsa identificação precisa desaparecer, restando, assim, apenas o Eu Superior. Por isso afirmo que o Eu Superior não é alcançável. Você é o Eu Superior, você já é isso!
Você perdeu a visão desta Beatitude porque sua atitude meditativa não se tornou natural e também devido a recorrência das tendências latentes da mente (vasanas). Quando se tornar habitualmente reflexivo, desfrutar do estado de plenitude espiritual haverá de ser algo da experiência natural. Não é pela simples compreensão “eu não sou o corpo” que a meta do Atman será alcançada. Será que nos tornamos “soberanos” por vermos ao rei apenas uma vez? Se você mantiver o pensamento no Ser e intensamente aspirar por Ele, então até mesmo aquele único pensamento usado para focalizar a concentração desaparecerá, e você verá simplesmente que É, ou seja, o verdadeiro Ser, sem 'eu' ou ego." 

Do livro  "Ensinamentos Espirituais de Sri Ramana Maharshi", edt. Cultrix, SP

Papaji - Mergulhe na Eternidade

Questionador - Papaji, o que é liberação?

Papaji - Liberação é conhecer sua própria e fundamental natureza, seu próprio Ser. Nada mais! Liberação é a coisa mais fácil de se obter. Você não precisa nem pensar..!

Q - E, o que é este 'Ser'?

Papaji - Isso é indescritível. Não é intelectual e nem mesmo transcendental. Pense naquele único sem nem mesmo o conceito de segundo. Então, descarte também este conceito de Um!

Q - Papaji, você com frequência fala de 'entrega'...mas, entregar-se a quê?

Papaji - Àquela Fonte através da qual você fala, através da qual vê, respira, experimenta e toca, através da qual a Terra gira e o Sol brilha, e pela qual você pode fazer esta pergunta. Tudo acontece por meio desta Consciência, na qual, mesmo o 'vazio' está alocado. A este Supremo Poder que se encontra além do além - seu próprio Ser - a ele você deve se entregar.

Q - Esta Consciência, a qual você se refere, é eterna, sem nascimento e sem morte?

Papaji - A Consciência está além de conceitos de nascer ou morrer, até mesmo além dos conceitos de eternidade ou de vazio ou de espaço. Aquilo em que se acham acomodados o espaço, o vazio e a eternidade é chamado de Consciência, em cujo interior tudo tem existência.

Q - Mas, Papaji, ainda assim nascimento e morte continuam aparentes!

Papaji - Sim, criação e destruição acontecem sem cessar. Todas estas manifestações são como borbulhas e ondulações sobre o oceano. Deixe que prossigam...o oceano não as vê como separadas. As borbulhas, as ondulações e as grandes ondas - podem parecer a si mesmas como separadas, mas o oceano não é perturbado com isso... Deixe que se movimentem sobre ele, que tenham diferentes formas e diferentes nomes, deixe que surjam e que desapareçam. Você é aquilo que brilha através de todas as modificações. 
A Consciência permanece inalterada...!

quinta-feira, 24 de outubro de 2013

Mooji - O estado de percepção pura



"O estado de percepção pura que você é não é afetado pela atividade da mente ou do corpo. Olhos fechados ou abertos não são problema à pura percepção. Companhia espiritual não eleva este estado, do mesmo modo que companhia mundana não o diminui. A percepção pura não é um sentimento, estando assim além de bons e maus sentimentos. Também não é pessoal nem impessoal, nem ordinária nem extraordinária. Este 'estado' não possui localização, faz pouca diferença se estiver você em Arunachala ou em qualquer lugar do planeta. A percepção pura não se encontra ao final de algum grande esforço ou prática. Não pode ser dividido por tempo e espaço, e seu senso intuitivo 'EU' não se acha separado dele.
Você se une a esta percepção pura quando sua identidade se manifesta sem uma estória pessoal ou alguma força psicológica. Você é um com este estado quando ao pronunciar 'EU' estiver se referindo aquele sentido intuitivo que é sinônimo da própria Existência. Sendo esta sua posição, você não é mais aquele 'EU' que fala, que ouve, que duvida ou que crê. Nenhuma religião lhe pertence. Os papéis que possa representar são preenchidos espontaneamente e naturalmente, e você não estará mais investido neles como estava antes. Não é mais nem pai nem mãe de alguém. Nenhum julgamento tem mais significado, bem e mal são apenas conceitos para você. Cada sensação, cada sentimento, cada jogo da mente será apenas uma ondulação à superfície do oceano da vida. Quanto ainda levará para que você realize esta Verdade?"

Fonte: "Breath of the Absolute, dialogues with Mooji"

Mooji - Você determina se algo acontece ou não.



"Este é seu poder! Você determina se algo acontece ou não. A menos que a mente diga 'algo está acontecendo', efetivamente ou de modo experimental, nada aconteceu! Se não ficou registrado na consciência (através da atenção), efetivamente, nada aconteceu. Assim, se algo aconteceu ou não, é você quem decide! E é também você a determinar se vai designar um acontecimento ou não. Não lhe será imposto. Este é seu poder: você desconsidera, aquilo não aconteceu! Mas, se seu interesse está em alguma coisa, subitamente... acontece. Qual é o remédio para todas estas coisas? Permaneça apenas como o observador. Mantenha a atenção em neutralidade. De início, parece que vai requerer algum esforço. Porém, com um pouco de resolução de sua parte, torna-se simples. Você tem alguns poderes: primeiro, o poder da atenção, pois, onde quer que a atenção toque, isso é registrado como experiência. Segundo, sua crença! Qualquer coisa pode aparecer em sua consciência, mas, se você não acredita nela, se não se identifica com ela, não tem nenhum poder! Um pensamento, sem crédito, não tem poder! Nem tudo que surge (na mente) precisa ser aceito, precisa ser procurado. Você pode ignorar! Esta é a grande Mestria dos Sábios. Eles começaram a ignorar! Não que tenham desenvolvido alguma técnica, mas simplesmente por reconhecer 'Eu Sou a Realidade!', 'Eu Sou a Consciência!', tudo mais não passa de turismo! Todo pensamento, toda emoção é apenas um turista, sim, e eu mesmo não sou um hotel para estes pensamentos, que eles venham e logo partam!
A experiência deve acompanhar sua resposta, o que pode criar modificações ou algum impacto em você? Tudo está acontecendo por si mesmo e em sua presença - quem é você? Chamo isso de estar estabelecido em seu próprio Ser!" 

terça-feira, 22 de outubro de 2013

O SER está Além da Mente - Sri Nisargadatta Maharaj - I Am That


Questionador: Quando criança, eu freqüentemente experimentava
estados de completa felicidade, chegando ao êxtase. Mais tarde, eles cessaram.
Mas desde que vim para a Índia eles reapareceram, principalmente depois que o
encontrei. Ainda assim, esses estados, embora maravilhosos, não são duradouros.
Eles vão e vêm sem que eu saiba quando voltarão.

Maharaj: Como alguma coisa pode permanecer estável em uma mente,
quando ela mesma não é estável?

Q: Como posso tornar minha mente estável?

M: Como pode uma mente instável tornar-se a si mesma estável? É claro
que não pode. É natureza da mente ficar vagando. Tudo que se pode fazer é
deslocar o foco da consciência para além da mente.

Q: Como se faz isso?

M: Recuse todos os pensamentos, exceto um: o pensamento "Eu Sou". A
mente se rebelará no início, mas com paciência e perseverança, ela irá render-se
e ficar quieta. Uma vez quieta, as coisas começarão a acontecer espontânea e
naturalmente, sem nenhuma interferência da sua parte.

Q: Posso evitar esta batalha com minha mente?

M: Sim, você pode. Apenas viva sua vida da maneira como ela se
apresenta, mas fique alerta, vigilante, permitindo que cada coisa aconteça da
maneira que acontecer, fazendo as coisas naturais de um jeito natural, sofrendo,
regozijando-se, da forma como as coisas vierem. Esta também é uma maneira.

Q: Bem, então eu posso também me casar, ter filhos, tocar um negócio...
ser feliz.

M: Certamente. Você pode ser feliz ou não, a escolha é sua.

Q: Bem, eu quero a felicidade.

M: A verdadeira felicidade não pode ser encontrada em coisas que
mudam e se vão. Prazer e dor se alternam inexoravelmente. A felicidade vem do
self e pode ser encontrada somente nele. Encontre o seu Ser real (swarupa) e
tudo mais virá com ele.

Q: Se o meu verdadeiro self é paz e amor, por que ele é tão inquieto, tão
agitado?

M: Não é seu ser real que é agitado, mas seu reflexo na mente é que
parece agitado, pois a mente é agitada. É como o reflexo da lua na água
movimentada pelo vento. O vento do desejo agita a mente e o "eu", que nada
mais é do que o reflexo do Self na mente, parece mutável. Mas essas idéias de
movimento, inquietação, prazer e dor estão todas na mente. O Self está além da
mente, consciente, mas sem envolvimento.

Q: Como alcançá-lo?

M: Você é o Self, aqui e agora. Deixe a mente em paz, fique consciente,
não se envolva e você irá perceber que permanecer alerta mas desprendido,
assistindo os acontecimentos indo e vindo, é um aspecto da sua natureza real.

Q: Quais são os outros aspectos?


M: Os aspectos são em número infinito. Conheça um e você conhecerá
todos.

Q: Diga alguma coisa que possa me ajudar.

M: Você é quem sabe melhor o que você necessita!

Q: Eu não tenho descanso. Como posso obter paz?

M: Para que você quer paz?

Q: Para ser feliz.

M: Você não é feliz?

Q: Não, eu não sou.

M: O que o torna infeliz?

Q: Eu tenho o que não quero, e quero o que não tenho.

M: Por que você não inverte a situação: queira o que você tem e não se
importe com o que não tem?

Q: Eu quero o que é prazeroso e não quero o que é doloroso.

M: Como você sabe o que é prazeroso ou não?

Q: Em função da experiência passada, é claro.

M: Guiado pela memória você tem perseguido o prazeroso e fugido do
não prazeroso. Você tem obtido sucesso?

Q: Não, não tenho. O prazeroso não dura. A dor instala-se novamente.

M: Que dor?

Q: O desejo pelo prazer, o medo da dor, ambos são estados de angústia.
Existe um estado de prazer puro?

M: Cada prazer, físico ou mental, necessita de um instrumento. Tanto os
instrumentos físicos como mentais são materiais, eles cansam e tornam-se
batidos. O prazer que eles proporcionam é necessariamente limitado em
intensidade e duração. A dor é o pano de fundo de todos os seus prazeres. Você
os quer porque você sofre. Por outro lado, a busca pelo prazer é a causa da dor. É
um círculo vicioso.

Q: Eu posso ver o mecanismo da minha confusão, mas não vejo a forma
de sair dele.

M: O exame detalhado do mecanismo mostra o caminho. Afinal, sua
confusão está só na sua mente, que nunca lutou muito contra a confusão e nunca
se agarrou tanto a ela. Sua mente se rebela apenas contra a dor.

Q: Então, tudo o que tenho a fazer é permanecer confuso?

M: Fique alerta. Questione, observe, investigue, aprenda tudo que puder
sobre a confusão, como ela opera, o que ela faz a você e aos outros. Ao
esclarecer a confusão você se livrará dela.

Q: Quando olho para dentro de mim, percebo que meu desejo mais forte é
criar um monumento, construir alguma coisa que possa durar mais do que eu.
Mesmo quando eu penso em um lar, esposa e filhos, é porque eles são uma
testemunha duradoura e sólida de mim mesmo.

M: Certo, construa um monumento para você. Como você pensa fazer
isso?

Q: Importa pouco o que eu construo, desde que seja permanente.

M: Certamente, você vê por si mesmo que nada é permanente. Tudo se
desgasta, quebra, dissolve. O próprio chão onde você constrói também
desaparecerá. O que você pode construir que dure mais que tudo?

Q: Intelectualmente, verbalmente, estou consciente de que tudo é
transitório. Ainda assim, de alguma forma meu coração deseja permanência.
Quero criar algo que dure.

M: Então você precisa construir isso com alguma coisa duradoura. O que
você tem que é duradouro? Nem seu corpo, nem sua mente duram. Você precisa
procurar em outro lugar.

Q: Eu anseio pela permanência, mas não a encontro em nenhum lugar.

M: Você, você mesmo não é permanente?

Q: Eu nasci e meu destino é morrer.

M: Você pode verdadeiramente dizer que você não era antes de nascer e
você pode possivelmente dizer quando estiver morto: "Agora eu não sou mais"?
Você não pode dizer, pela sua própria experiência, que você não é. Você só pode
dizer "Eu sou". Os outros também não podem dizer-lhe "você não é".

Q: Não há "Eu sou" no sono.

M: Antes de fazer tais afirmações examine cuidadosamente seu estado de
vigília. Você logo descobrirá que ele está cheio de falhas, quando a mente fica
em branco. Perceba como você se recorda pouco mesmo quando totalmente
acordado. Você não pode dizer que você não estava consciente durante o sono.
Você apenas não se lembra. Uma falha na memória não é necessariamente uma
falha na consciência.

Q: Posso lembrar, por mim mesmo, meu estado de sono profundo?

M: É claro! Eliminando os intervalos durante suas horas de vigília você
gradualmente eliminará os longos intervalos de ausência da mente, que você
chama de sono. Você ficará consciente de que está dormindo.

Q: Mas o problema da permanência, da continuidade do ser, ainda
continua sem solução.

M: A permanência é mera idéia, nascida da ação do tempo. O tempo, por
sua vez, depende da memória. Por permanência você entende uma memória que
não falha através de um tempo que seja contínuo. Você quer eternizar a mente, o
que não é possível.

Q: Então o que é eterno?

M: Aquilo que não muda com o tempo. Você não pode eternizar uma
coisa transitória - somente o imutável é eterno.

Q: Estou familiarizado com o sentido geral do que você diz. Não desejo
mais conhecimento. Tudo que eu quero é paz.

M: Você pode obter toda paz que você quer apenas pedindo.

Q: Eu estou pedindo.

M: Você deve pedir com um coração não dividido e viver uma vida
integrada.

Q: Como?

M: Desprenda-se de tudo que não deixa sua mente descansar. Renuncie a
tudo que perturba sua paz. Se você quer paz, mereça-a.

Q: Certamente todos merecem paz.

M: Somente a merecem aqueles que não a perturbam.

Q: De que forma eu perturbo a paz?

M: Sendo um escravo de seus desejos e medos.

Q: Mesmo quando eles são justificáveis?

M: Reações emocionais, nascidas da ignorância e da inadvertência, nunca
se justificam. Procure uma mente clara e um coração limpo. Tudo que você
precisa é manter-se bem alerta, investigando a verdadeira natureza de você
mesmo. Este é o único caminho para a paz.

segunda-feira, 21 de outubro de 2013

A Maha Yoga de Sri Ramana Parte I



Os trechos a seguir foram retirados do Capítulo XII do livro Maha Yoga, que já foi traduzido pelo Prof. Hermógenes e publicado no Brazil na década de 1950. Fizemos uma nova tradução do texto e há possibilidade de publicação em 2011. Os trechos abaixo são provenientes da nova tradução. Em negrito são os subtítulos colocados pelo autor (K. Lakshmana Sarma) e, entre aspas, os ensinamentos do Maharshi.

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COMO CONCILIAR AS IDEIAS DISCORDANTES DE HOMENS DE DIFERENTES RELIGIÕES? “O objetivo real de todas as religiões é conduzir ao despertar para a Verdade do Ser. Mas a Verdade do Ser é simples demais para a maioria das pessoas. Embora não exista ninguém que não tenha conhecimento do Ser, as pessoas não se interessam em ouvir falar d’Ele. Julgam que o Ser é de pouco valor. Querem saber de coisas remotas – do céu e do inferno, da reencarnação, e assim por diante. Amam o mistério, e não a verdade plena. E as religiões se adaptam a elas, para que, no final das contas, elas possam voltar ao Ser. Mas por que não procurar encontrar o Ser e habitar Nele imediatamente, sem maiores divagações? Os céus não podem estar separados daquele que os vê ou neles pensa: sua realidade é do mesmo grau que a do ego que deseja chegar até eles; portanto, os céus não existem separados do Ser, que é o céu verdadeiro.
“Um cristão não ficaria satisfeito a menos que lhe disséssemos que Deus está em algum céu distante, que ele não pode alcançar sem auxílio divino; que somente Cristo conheceu Deus e apenas ele pode levar os homens até Deus. Se lhe disséssemos que “o Reino dos Céus está dentro de você”, ele não entenderia o sentido simples dessa afirmação, mas iria buscar interpretações complexas e artificiais. Somente o espírito maduro pode compreender e aceitar a verdade simples e nua.
“A divergência entre ensinamentos é apenas aparente, e pode ser resolvida se praticarmos a autoentrega, rendendo-nos a Deus; isso conduzirá ao Ser, ao qual todos voltarão no final, porque Ele é a Verdade. A discordância entre os credos nunca será vencida através do debate de seus méritos, já que o debate é um processo mental. As crenças são mentais – existem apenas na mente, enquanto que a Verdade está além da mente. Portanto, a Verdade não está nos credos.” Por conseguinte não devemos ter muito estima pelos nossos credos.
“O conhecimento sagrado é volumoso, suas diferentes partes adaptando-se às necessidades das diversas espécies de buscadores. Cada buscador sucessivamente transcende porção após porção; aquilo que ele transcende torna-se, então, inútil e até mesmo falso para ele. Por fim, ele o transcende integralmente.”

PECADO ORIGINAL. Certa vez perguntaram ao Sábio sobre a doutrina cristã do “pecado original” – segundo a qual todo homem nasce em pecado e só se liberta pela fé em Jesus Cristo. O Maharshi respondeu: “Diz-se que o pecado está no homem, mas não há existência humana no sono; a existência humana surge ao acordar, junto com o pensamento: ‘Eu sou este corpo’. Este pensamento é o verdadeiro pecado original e deve ser removido pela morte do ego, depois da qual não mais surgirá.” E explicou a verdade do cristianismo da seguinte maneira: “O corpo é a cruz; o ego é Jesus, o filho do homem quando é crucificado, e que ressurge como ‘Filho de Deus’, que é o glorioso Eu Real. Devemos perder o ego a fim de viver”. Podemos lembrar aqui que, de acordo com todos os sábios, a vida do ego não é verdadeiramente vida, mas morte.

HÁ CONHECIMENTO DO SER NO ESTADO SEM EGO? A verdade sobre o Estado sem ego é transmitida pelo Sábio por meio de negações. “O que se chama Conhecimento do Ser é aquele Estado em que nem pode haver conhecimento nem ignorância, pois o que é comumente considerado conhecimento não é verdadeiro conhecimento[1]. O Ser é por si só o verdadeiro Conhecimento, porque brilha por si só – sem nada que possa se tornar objeto de Seu conhecimento ou que possa conhecê-Lo. Devemos compreender que o Ser não é o vácuo.” [2] Como o Estado sem ego não é descrito para nós em termos positivos, muita gente está sujeita a concluir que não passa de um simples nada ou total aniquilação. Tal erro foi cometido por muitos pretensos seguidores do Iluminado Gautama Buda. Nesse ponto, o Sábio Ramana se acautela para que erro similar não seja feito por aqueles que venham a tornar-se seus discípulos, declarando que esse Estado não é um vácuo.
Uma vez que o Sábio está num plano onde não há ignorância nem conhecimento, ele não tem necessidade de apreender coisa alguma. Nem as escrituras sagradas lhe interessam, embora ele as possa ler a fim de explicar seu verdadeiro significado a quem lhe perguntar sobre isso. Assim, podemos compreender a seguinte declaração: “Até mesmo um homem culto deve curvar-se diante de um Sábio analfabeto. O homem analfabeto é simplesmente ignorante. O homem culto é um ignorante com cultura. O Sábio também é ignorante, porque nada existe para ele aprender.”

DESTINO OU LIVRE-ARBÍTRIO: QUAL DETERMINA A NOSSA VIDA? Quem formula essa pergunta espera uma resposta categórica. Deseja saber qual dos dois é o fator decisivo na vida – o destino ou o livre-arbítrio. Em suas obras, o Sábio responde assim: “O debate quanto a qual dos dois – destino ou vontade humana – é mais poderoso, interessa apenas àqueles que ainda não têm iluminação sobre a verdadeira natureza do ego, do qual surgem essas duas ideias.  Aquele que tem esclarecimento sobre isso transcendeu ambos e já não se interessa pela questão[3].
A um visitante que lhe formulou essa pergunta, o Sábio respondeu: “A resposta a essa pergunta, se eu a desse, seria um tanto difícil de ser compreendida. Contudo, quase todos fazem essa pergunta em algum momento na sua vida. Devemos conhecer a verdade daquele que parece ser afetado, ou não, pelo destino.” Nesse ponto o Sábio evidentemente quis dizer o ego. Como a distinção entre o destino e o livre-arbítrio existe somente para o ego-mente, a verdade da questão é inseparável da verdade sobre o ego, a qual só pode ser compreendida através da Busca. Tendo dito isso, o Sábio continuou explicando o significado real do destino: “O destino tem um começo – uma causa – e essa é a ação, a qual não existe sem livre-arbítrio. Portanto, como o livre-arbítrio é a causa primeira, ele é o fator predominante, e educando o livre-arbítrio podemos conquistar o destino.” Educar o livre-arbítrio significa tomar o processo de autoinvestigação – a Busca ensinada pelo Sábio – ou, alternativamente, entregar-se a Deus enquanto Realidade Única. “O que normalmente se denota por autoconfiança nada mais é do que a confiança no ego, o que fortalece a prisão. Apenas a confiança em Deus é a verdadeira Autoconfiança, porque Deus é o Ser [Eu Real].

É NECESSÁRIO TER UM GURU? É uma crença comum entre aqueles que tem tendências espirituais que todos que aspiram ao estado de libertação devem no tempo devido encontrar um Guru e apegar-se a ele. Alguém perguntou ao Sábio quanto à validade desta crença. A resposta foi a seguinte: “Enquanto alguém se julgar pequeno – laghu – deve apegar-se ao grande – o Guru. Ele não deve, no entanto, considerar o Guru como uma pessoa. O Sábio é apenas o Eu Real do discípulo. Quando esse Eu Real é alcançado não existe nem Guru nem discípulo.” Essa pergunta surgiu porque o próprio Sábio não teve Guru – pelo menos nenhum Guru exterior. Em outra ocasião o Sábio disse: “Seria necessário um mestre, se alguém precisasse aprender algo novo; mas o caso aqui é desaprender.”

COMO SUPERAR AS PREOCUPAÇÕES DA VIDA? Um visitante disse: “Estou sujeito a preocupações sem fim. Para mim não existe paz, embora nada me falte para ser feliz.” O Sábio perguntou: “Essas preocupações o afetam quando você está dormindo?” O visitante admitiu que não. O Sábio lhe fez outra pergunta: “Você é o mesmo homem, ou é diferente daquele que dormiu sem preocupações?” “Sim, eu sou a mesma pessoa.” O Sábio disse: “Então, certamente, essas preocupações não lhe são inerentes. A culpa é sua se você supõe que elas são suas.”

sábado, 19 de outubro de 2013

Mooji - Mantenha as coisas simples



Mantenha as coisas simples
Trechos de um Satsang em Ubatuba, em março de 2008
Transcrição Veetshish

– Mas... existe uma agonia... de conseguir permanecer no eu sou
com todo o dia-a-dia.

Mooji:  Isso é devido realmente a conceitos errôneos. Sempre que você
sente ‘eu’, o eu é o Eu Sou. Tentar ser o Eu Sou é um pensamento que surge no Eu
Sou.
Mantenha simples.
Eu é Eu Sou. Eu não é uma pessoa. A pessoa em si é uma modificação do
Eu Sou; na maioria dos casos, uma distorção do Eu Sou. O Eu Sou é sinônimo de
Consciência ou Ser. E este Eu Sou aparentemente se transmuta para uma pessoa
simplesmente através da identificação com o corpo-mente. Então este Eu Sou
experimenta a si mesmo como se ele fosse o corpo-mente. Ele se imagina ser um
corpo-mente, uma pessoa diferente porque são corpos diferentes.
Porque este Eu Sou se identifica com o corpo, com a construção elemental
única de cada corpo e se imagina ser, se identifica ser este corpo. É uma
modificação. Mas esta modificação é apenas aparente. Só ocorre na mente. É a
mente que está vendo o mundo. A mente surge como ‘eu’, mas este eu é chamado
conceito-de-eu, ou eu-personalidade. E este eu-personalidade é percebido,
testemunhado no Eu Real (Self).
Espero que não seja confuso para vocês.
O estado natural do eu é Eu Sou. Este Eu Sou em si mesmo é como espaço,
é imaterial. É um ser imaterial. Mas ele tem uma capacidade, ou melhor, uma
capacidade surge neste ser de se identificar com o corpo-mente. E, através deste
corpo-mente, desfrutar de experiências. E esta identificação com o corpo surge
como eu-personalidade, que é uma limitação no Ser.
Mas ela simplesmente ocorre. Quem pode escapar? Mesmo Krshna ou Buda
não escaparam. Eles também, no início, eram condicionados. Então eles perceberam
que o condicionamento não era eles mesmos. E eles realizaram que eles são o Eu
Sou, o Observador, e não aquilo que é observado. E a resposta a este
reconhecimento é que eles não podiam parar de rir. Eles disseram: “Olha isso! Eu
estava olhando assim, mas era de outro jeito!” Algo incrível!
Você pensa e se comporta como se fosse uma unidade de consciência com
uma vontade separada para realizar decisões separadas. Mas isso nada mais é do que
a maneira como a qual a Consciência está se expressando. Como se ela tivesse uma
vontade separada como indivíduo.
Isso não é algo fácil de entender. Mas não se preocupem com isso.
Você disse que tem alguma agonia surgindo. Mas se existe agonia, esta
agonia está surgindo para sua pessoa, não para o Ser. Se você é apenas o Observador,
a agonia será vista apenas como uma sensação que ocorre para um eu aparente, que
você parece ser, mas não é.

quinta-feira, 17 de outubro de 2013

Osho - COMO PARAR OS PENSAMENTOS?



COMO PARAR OS PENSAMENTOS?


Pensamento não pode ser interrompido. Não que não se consiga silenciar, mas não pode ser interrompido. Ele pára de sua própria vontade. Esta distinção tem de ser entendida, caso contrário você pode ficar louco perseguindo sua mente. Não-mente não surge por parar de pensar. Quando o pensamento não existe mais, não-mente é. O próprio esforço para parar criará mais ansiedade, criará conflitos, fará você dividir. Você estará em constante agitação interior. Isso não vai ajudar.

E mesmo se você conseguir pará-lo à força por alguns momentos, não é uma conquista de todo - porque aqueles poucos momentos será quase morto, não vai estar vivo. Você pode sentir uma espécie de quietude, mas não o silêncio, porque uma quietude forçada não é silêncio. Debaixo dela, no fundo do inconsciente, a mente reprimida continua trabalhando. Assim, não há maneira de parar a mente. Mas a mente pára - isso é certo. Ele pára de sua própria vontade.

Então o que fazer? - Sua pergunta é relevante. Assista - não tente parar. Não há necessidade de fazer qualquer ação contra a mente. Em primeiro lugar, quem o fará? Será mente lutando própria mente. Você vai dividir sua mente em dois: um que está tentando ser o chefe - o top-dog - tentando matar a outra parte de si, que é um absurdo. É um jogo tolo. Pode deixá-lo louco. Não tente parar a mente ou o pensamento - apenas vê-lo, permiti-lo. Permitir que a liberdade total. Deixá-lo correr tão rápido como ele quer. Você não tenta de qualquer forma de controlá-la. Você acabou de ser uma testemunha. Ela é linda!

A mente é um dos mecanismos mais bonitos. Ciência ainda não foi capaz de criar qualquer coisa paralela à mente. Mente continua a ser a obra-prima - tão complicada, tão tremendamente poderosa, com tantas potencialidades. Cuidado! Divirtam-se! E não a vejo como um inimigo, porque se você olhar para a mente como um inimigo, você não pode assistir. Você já está prejudicado; você já está contra. Você já decidiu que algo está errado com a mente - você já concluiu.

E sempre que você olhar para alguém como um inimigo que você nunca olhar profundo, você nunca olha nos olhos. Você evita! Assistindo a mente significa: olhar para ele com profundo amor, com profundo respeito, reverência - é dom de Deus para você! Nada há de errado na própria mente. Nada há de errado em pensar em si. É um processo belo como outros processos são. Nuvens que se movem no céu são lindas - por que não pensamentos se movendo no céu interior? Flores próximas às árvores são bonitas - por que não pensamentos floração em seu ser.

O rio que corre para o mar é lindo - por que não esse fluxo de pensamentos rodando em algum lugar para um destino desconhecido? não é lindo? Olhe com profunda reverência. Não ser um lutador - ser um amante. Assista! - As nuances subtis da mente; as voltas repentinas, as curvas bonitas; os saltos repentinos e saltos; os jogos que a mente vai jogando, os sonhos que tece - a imaginação, a memória; as mil e uma projeções que ele cria. Assista! Estando lá, distante, distante, não se envolve, por e por que você vai começar a sentir ...

Quanto mais profunda a sua vigilância torna-se, mais profunda sua consciência se torna, e as lacunas começam decorrentes, intervalos. Um pensamento vai e outro não veio, e existe uma lacuna. Uma nuvem passou, outro está chegando e existe uma lacuna. Nesses intervalos, pela primeira vez você vai ter vislumbres de não-mente, você terá o gosto de não-mente. Chame-lhe o gosto do Zen, ou Tao, ou Yoga. Nesses pequenos intervalos, de repente o céu está claro e o sol está brilhando. De repente, o mundo está cheio de mistério, porque todas as barreiras são descartados. A tela em seus olhos não é mais lá.

Você vê claramente, você vê penetrante. Toda a existência se torna transparente. No início, estas serão apenas momentos raros, poucos e distantes entre eles. Mas eles vão te dar vislumbres do que é samadhi. Pequenas piscinas de silêncio - elas virão e eles desaparecerão. Mas agora você sabe que você está no caminho certo - você começa a assistir de novo. Quando um pensamento passa, você vê-lo, quando um intervalo passa, você vê-lo. As nuvens são bonitas; sol também é bonito. Agora você não é um seletor.

Agora você não tem uma mente fixa: você não diz: "Eu gostaria apenas os intervalos." Isso é estúpido - porque uma vez que você se apegar a querer apenas os intervalos, você decidiu voltar contra o pensamento. E, em seguida, os intervalos vão desaparecer. Elas acontecem somente quando você está muito distante, indiferente. Eles acontecem, eles não podem ser trazidos. Eles acontecem, você não pode forçá-los a acontecer. Eles são acontecimentos espontâneos. Vá em frente assistindo. Deixe os pensamentos vêm e vão - onde eles querem ir. Nada está errado! Não tente manipular e não tente dirigir.

Deixe os pensamentos se movem em liberdade total. E então intervalos maiores virão. Você será abençoado com satoris pequenas. Às vezes, minuto vai passar e nenhum pensamento vai estar lá, não haverá trânsito - um silêncio total, sem interrupções. Quando os intervalos maiores vir, você não só ter clareza de ver o mundo - com os intervalos maiores, você terá uma nova clareza decorrente - você será capaz de ver o mundo interior. Com as lacunas Primeiro você vai ver o mundo: árvores será mais verde do que está hoje.

Você será cercado por uma música infinita - a música das esferas. Você vai ser de repente, na presença de Deus - inefável, misterioso. Tocar em você, embora você não pode compreendê-lo. Dentro de seu alcance e ainda além. Com os intervalos maiores, o mesmo vai acontecer lá dentro. Deus não será apenas lá fora, você será surpreendido de repente - Ele está dentro também. Ele não é só no visto, Ele está no vidente também - dentro e fora. Por e por ... Mas não se apegue a isso também. O apego é o alimento para a mente para continuar.

Desapego testemunhando é a maneira de pará-lo sem qualquer esforço para detê-lo. E quando você começar a desfrutar desses momentos felizes, a sua capacidade de retê-los por períodos mais longos se levanta. Finalmente, eventualmente, um dia, você se torna mestre. Então, quando você quer pensar, você pensa, se o pensamento for necessário, usá-lo, se o pensamento não é necessário, você permitir que ele descanse. Não que a mente é simplesmente não mais existe: a mente está lá, mas você pode usá-lo ou não usá-lo. Agora é a sua decisão. Assim como as pernas: se você quiser executar você usá-los, se você não quiser executar você simplesmente descansar - pernas estão lá.

 da mesma forma, a mente está sempre lá. Quando eu estou falando com você eu estou usando a mente - não há outra maneira de falar. Quando eu estou respondendo a sua pergunta eu estou usando a mente - não há outra maneira. Eu tenho que responder e se relacionar, e a mente é um mecanismo bonito. Quando eu não estou falando com você e eu estou sozinho, não há mente - porque é um meio de se relacionar através de. Sentado sozinho não é necessário. Você não ter dado um descanso, daí, a mente se torna medíocre. Usado continuamente, cansado, que vai sobre e sobre e sobre. Dia funciona; noite ele funciona.

De dia você pensa, na noite você sonha. Dia após dia , ela continua trabalhando. Se você vive setenta ou oitenta anos, será continuamente de trabalho. Olhe para a delicadeza e durabilidade da mente - tão delicado! Em uma cabeça pequena de todas as bibliotecas do mundo pode ser contido, tudo o que já foi escrito pode ser contido em uma única mente. Tremenda é a capacidade da mente - e em um espaço tão pequeno! e não faz muito barulho.

Se os cientistas algum dia tornar-se capaz de criar um computador paralelo à mente ... computadores estão lá, mas eles ainda não são mentes. Eles ainda são mecanismos, eles não têm unidade orgânica, pois eles não têm nenhum centro, no entanto. Se algum dia se torna possível ... e é possível que os cientistas podem algum dia ser capaz de criar mentes - então você vai saber quanto espaço que o computador vai demorar, e quanto barulho que vai fazer. Mente está fazendo quase nenhum ruído; continua trabalhando silenciosamente. E como um servo! - Por setenta, oitenta anos.

E então, também, quando você está morrendo o seu corpo pode estar velho, mas sua mente continua jovem. Sua capacidade permanece ainda a mesma. Às vezes, se você tiver usado corretamente, ainda aumenta com a sua idade! - Porque quanto mais você sabe, mais você entender, o mais que você tenha experimentado e vivido, o mais capaz a sua mente se torna. Quando você morrer, tudo em seu corpo está pronto para morrer - exceto a mente. É por isso que no Oriente dizemos mente deixa o corpo e entra em outro útero, porque ainda não está pronto para morrer. O renascimento é da mente.

Depois de ter atingido o estado de samadhi, não-mente, então não haverá renascimento. Então você vai simplesmente morrer. E com sua morte, tudo vai ser dissolvido - seu corpo, sua mente ... apenas sua alma testemunhar permanecerá. Isto é para além do tempo e espaço. Então você se torna um com a existência, então você não está mais separado dela. A separação vem da mente. Mas não há nenhuma maneira de pará-lo à força - não ser violento. Mova amorosamente, com uma profunda reverência - e ele vai começar a acontecer por conta própria. Você acabou de assistir. E não tenha pressa.

A mente moderna é muito na pressa. Quer métodos instantâneos para deter a mente. Assim, as drogas têm apelo. Mm? - Você pode forçar a mente a parar de usar produtos químicos, drogas, mas, novamente, você está sendo violento com o mecanismo. Não é bom. É destrutivo. Desta forma, você não vai se tornar um mestre. Você pode ser capaz de parar a mente através das drogas, mas então as drogas vai se tornar seu mestre - você não vai se tornar o mestre. Você simplesmente mudou seus patrões, e de ter alterado para pior.

Agora as drogas terão poder sobre você, eles te possuirão, sem elas você vai estar em lugar nenhum. A meditação não é um esforço contra a mente. É uma maneira de entender a mente. É uma forma muito carinhosa de testemunhar a mente - mas, claro, tem que ser muito paciente. Essa mente que você está carregando na sua cabeça surgiu ao longo dos séculos milênios. Sua mente pequena carrega toda a experiência da humanidade - e não apenas da humanidade: de animais, das aves, das plantas, das pedras. Vocês passaram por todas essas experiências.

Tudo o que aconteceu até agora tem acontecido em você também. Em poucas palavras muito pequeno, você carrega a experiência de toda a existência. Isso é o que é sua mente. Na verdade, para dizer que é seu não é certo: é coletivo, que pertence a todos nós. A psicologia moderna foi abordá-lo, particularmente análise junguiana foi abordá-lo, e eles começaram a sentir algo como um inconsciente coletivo. Sua mente não é seu - ele pertence a todos nós. Nossos corpos são muito separadas; nossas mentes não são tão separado.

Nossos corpos são separados; nossas mentes se sobrepõem - e nossas almas são uma só. Corpos separados, mentes e almas que se sobrepõem, são um só. Eu não tenho uma alma diferente e você não tem uma alma diferente. No centro da existência nos encontramos e somos um. Isso é o que Deus é: o ponto de encontro de todos. Entre Deus eo mundo - "o mundo», os corpos - é a mente. A mente é uma ponte: uma ponte entre o corpo ea alma, entre o mundo e Deus. Não tente destruí-la! Muitos tentaram destruí-lo através do Yoga. Isso é um desvio de Yoga.

Muitos tentaram destruí-lo através da postura corporal, respiração - que também traz mudanças químicas sutis dentro. Por exemplo: se você ficar na sua cabeça em shirshasan - no headstand - você pode destruir a mente com muita facilidade. Porque quando o sangue corre demais, como uma enchente, na cabeça - quando você estar em sua cabeça que é o que você está tentando fazer .... O mecanismo da mente é muito delicado, você está inundando-o com sangue. Os tecidos delicados morrer. É por isso que nunca você se deparar com um iogue muito inteligente - não.

Alguns Yogis, Seus corpos são saudáveis - é verdade - forte, mas suas mentes são apenas mortas. Você não vai ver o brilho da inteligência. Você vai ver um corpo muito robusto, animalesco, mas de alguma forma o ser humano desapareceu. Estando em sua cabeça, você está forçando seu sangue para a cabeça através da gravitação. A cabeça precisa de sangue, mas em quantidade muito, muito pequenas, e muito lentamente, não como uma inundação. Contra a gravitação, muito pouco sangue chega à cabeça. E que, também, de uma forma muito silenciosa.

Se muito sangue está atingindo a cabeça é destrutivo. Yoga tem sido usada para matar a mente, respiração pode ser usada para matar a mente. Há ritmos de respiração, sutis vibrações da respiração, que pode ser muito, muito drástico para a mente delicada. A mente pode ser destruído por eles. Estes são velhos truques. Agora os últimos truques são fornecidos pela ciência: LSD, maconha e outros. Mais e mais drogas sofisticados estará disponível mais cedo ou mais tarde.
Eu não sou a favor de parar a mente. Sou a favor de vê-lo.

Ele pára de sua própria vontade - e então é linda Quando acontece alguma coisa sem qualquer tipo de violência tem uma beleza própria, tem um crescimento natural. Você pode forçar uma flor e abri-lo pela força, você pode puxar as pétalas de um botão e abri-lo pela força - mas você destruiu a beleza da flor. Agora é quase morto. Ele não pode estar sua violência. As pétalas será solto, mole, morrer. Quando o broto abre por sua própria energia, quando se abre por vontade própria, então essas pétalas estão vivas.

A mente é o seu florescimento - não forçá-lo de qualquer forma. Eu sou contra toda a força e contra toda a violência, e particularmente a violência que é dirigida a si mesmo. Basta assistir - em profunda oração, amor, reverência. E ver o que acontece! Milagres acontecem por vontade própria. Não há necessidade de puxar e empurrar. Você pergunta: Como parar de pensar? Eu digo: Basta observar, estar alerta. E soltar essa idéia de parar, caso contrário ele irá parar a transformação natural da mente. Largue essa idéia de parar! Quem é você para parar? No mais, aproveite.

E nada está errado - mesmo se os pensamentos imorais, os chamados pensamentos imorais, passar por sua mente, deixe-os passar, nada é errado. Você permanecerá destacado. Nenhum mal está sendo feito. É apenas ficção, você está vendo um filme interior. Permita que o seu próprio caminho e vai levá-lo, aos poucos, ao estado de não-mente. Assistindo finalmente culmina na não-mente. Não-mente não é contra a mente: não-mente está além da mente. Não-mente não vem matando e destruindo a mente: não-mente vem quando você compreendeu a mente tão completamente que o pensamento não é mais necessária - sua compreensão o substituiu.

OSHO.

terça-feira, 15 de outubro de 2013

Papaji - Eu confio que vocês todos são leões



Eu confio que vocês todos são leões
Toda ignorância começou com os pastores. Pastores são para ovelhas. Eu confio que vocês são leões. Leões não são para serem arrebanhados; aonde eles andam é sua própria trilha. Não há rebanho de leões; há somente rebanho de ovelhas. Vocês são todos leões – então vá pelo seu caminho. Não andem em caminhos batidos feito ovelhas; um após o outro. Não sigam nenhum caminho. Leões, não seguem um ao outro como as ovelhas.
A maioria das pessoas são ovelhas, seguem pastores pelo mundo todo. A religião começou com pastores e as pessoas os seguem como ovelhas. Mas aonde vocês forem serão leões, e não há caminhos para leões.
Onde o leão andar, é o caminho. Para o leão o não-caminho, é o único caminho. Então não se coloque no meio de ovelhas precisando de um pastor. O seu caminho é o não-caminho – isso é saber quem você é. Isto é não seguir como uma ovelha. Este é um novo caminho, decididamente desconhecido. Uma vez conhecido, isto é bem conhecido. Aquele que sabe completou o propósito do esforço de toda vida humana. Ele é feliz e em paz. Ele aproveita ambos: aqui e depois. Por favor, não se torne uma ovelha. Não siga ninguém. Não olhe aqui e ali. Não olhe para nenhum lugar. Pare de procurar. Pare toda sua imaginação pelo futuro e conceitualização do passado. Mantenha seu ser neste momento, que é um não-momento.
Descubra de onde esse momento vem, de onde o tempo vem, de onde o pensamento surge, e você verá que você sempre esteve em casa.
Você não precisa de mais nada!

Papaji

segunda-feira, 14 de outubro de 2013

Nisargadatta Maharaj - O universo de dor nasce com o desejo.



"Minha experiência é que todas as coisas são êxtase, alegria pura. Mas o desejo por alegria cria dor.
Alegria se torna a semente da dor. O universo de dor nasce com o desejo.
Momentâneo alívio da dor nós chamamos prazer - e nós construímos castelos na areia pelo prazer sem fim, o qual nós chamamos felicidade. Isso é tudo má compreensão.
Você não pode conhecer a si mesmo através do êxtase. O êxtase é sua própria natureza essencial. Você deve olhar o oposto, o que você NÃO é, para encontrar iluminação."

Nisargadatta

Mooji - tudo acontece na sua cabeça!



Como o silêncio observaria?
Como tudo é observado?
Existe uma consciência disso, é o que eu quero dizer.
Essa consciência disso, não o afasta.
É como dizer que a flor força seu perfume, o perfume simplesmente existe.
Você verá que o mundo manifesto também é consciência.
A pista é que dentro de um sonho, um mundo também pode ser visto.
Relacionamentos podem existir, os sentidos também funcionam em um sonho.
O seu corpo físico está deitado em uma cama, você não está mais consciente dele.
Você está andando em um camêlo no deserto do Saara.
E isso é real para você naquele momento, você deixa o estado acordado para trás.
Agora você não se refere ao estado acordado, você está em outro estado.
E mesmo assim os sentidos ainda estão lá, quando a chuva cai você sente-se molhado, o sol é quente.
Você sente sede em um sonho.
E se você sentir fome em um sonho, você terá que procurar por comida para satisfazer a sua fome no sonho.
Mas você não está questionando o sonho.
E tudo está lá, todos os elementos estão lá, no seu sonho.
Existe distância, você pode viajar.
Talvez seja mais sútil, porque talvez você esteja apenas flutuando no espaço, ou algo do tipo
Ou pegando um ônibus, qualquer coisa pode acontecer.
Quando você acorda, tudo aconteceu apenas na sua cabeça.
Todos esses relacionamentos que você sonhou.
Conheceu pessoas que falam uma língua que você não entende, no seu sonho.
Você não pode dizer "eu tenho o monopólio, esse sonho é meu, e eu deveria entender o que você está falando".
Se você quiser entender o que eles estão falando, você precisa ir em uma escola de línguas no seu sonho, para aprender o alfabeto dessas pessoas e aprender a língua delas,talvez demore 3 ou 4 meses de sonho para você aprender, e você terá conversas... tudo está lá! Você não tem vantagens por ser o seu sonho. De alguma forma você acorda, e então você está neste sonho, você esquece sobre aquele outro sonho, da mesma forma que você esqueceu desse estado quando começou a sonhar.
Então você entra nesse espaço e diz "estou de volta a realidade".
Mas você também poderia ter discussões sobre a realidade no seu sonho.
É uma pista, todas essas coisas estão na sua cabeça.
A água é molhada, o ar é puro, todas essas sensações podem acontecer no seu sonho.
Então o que faz este sonho ser mais real?
Também existe o acordar deste estado, existe um despertar nesse estado também.
Para entender o que isso significa, porque mesmo aqui estamos sonhando, o que isso significa?
Existe apenas um planeta terra, mas existem milhões de mundos.
Em cada corpo, existe um mundo único.
Você pode dizer que estamos vivendo no mesmo planeta, quando você vê isto, nós todos vemos, é um leque. Mas este não é o mundo em que nós vivemos, nós vivemos em um mundo de sentimentos, emoção, memória, pensamento, condicionamento, projeção, desejo, apego.
Todas estas coisas temperam nosso mundo
E da mesma forma que você vai dormir, e sonha, não pode compartilhar seu sonho com mais ninguém
Você não pode se conectar, como uma pen-drive ou algo do tipo, e compartilhar seu sonho com alguém
Mesmo que pudesse, a interpretação da pessoa seria diferente.
É um mundo único.
E da mesma forma no estado acordado, seu mundo é único.
Ninguém, nem mesmo seu irmão gêmeo, pode conhecer as sutilezas do seu mundo.
Então te dizem que mesmo neste estado você deve acordar, e o que isso significa?
O que poderia significar acordar deste estado? O que eles estão dizendo?
Então a pergunta, quem é o sonhador? Quem observa este sonho?
Muitos não dizem que isto é um sonho, poucos admitiriam que isto possivelmente também é um sonho
O que significa "sonho" ?
Para a maioria das pessoas "sonho" significa algo vago, impreciso.
Não é isso, esta vida é um sonho vívido e tridimensional.
Mas não é importante saber disso imediatamente, se liberdade é o que você procura.
Nós não precisamos focar nisso, acontecerá naturalmente.
O que é importante é que você entenda que o que quer que aconteça com você, qualquer coisa, este mundo, e a sua visão deste mundo, tudo é formado na sua própria consciência, na sua mente.
Você é o observador de tudo.
Observar não significa apenas olhar com seus olhos físicos, mas ver através do entendimento
Através da pureza de percepção.
Na maior parte do tempo a percepção é temperada.
Nós a temperamos, para criar uma experiência única.
Nós sentimentalizamos tudo que vemos.
Então como pode ser um mundo igual para todos?
É um mundo totalmente diferente para cada um.
Pode aqui ser nosso lugar de encontro?
Você precisa ir mais a fundo.
O que quer que apareça, você é quem observa.
Até mesmo a interpretação, até mesmo o senso de identidade, até mesmo a identificação com alguma coisa
Julgamentos, ações e reações, todos são fenômenos que você observa.
Quem é você? Essa é a pergunta.

ACORDE até do estado acordado, tudo acontece na sua cabeça!

Mooji

domingo, 13 de outubro de 2013

Ramesh Balsekar - responsabilidade



Toda responsabilidade e culpa são conceitos imaginários baseados na noção equivocada de que um ser senciente tenha existência independente, autonomia e escolha de ação.

Ramesh Balsekar
 

sábado, 12 de outubro de 2013

Papaji - silêncio



"Silêncio é abandonar todo o tornar-se, todos os pensamentos, todas as intenções, todos os conceitos. Simplesmente fique em silêncio.

A auto-inquirição é a verdadeira meditação, concentração na Consciência. 

Esta Consciência revelará a verdade para si mesmo: nenhum sujeito e nenhum objeto. 
A decisão “Apenas o Self é real” é meditação."


Papaji

U.G Krishnamurti - Não há nada para conseguir



Não há nada para conseguir, não há nada para realizar, não há nada a atingir, e nenhum destino para chegar. E o que impede o que está lá, este estado vivo, de se expressar na sua própria maneira é o movimento do pensamento, que existe apenas para efeitos de funcionamento neste mundo. Quando o movimento do pensamento não está lá - eu tenho que usar as cláusulas em termos de tempo - mas o tempo é pensamento. Quando o pensamento está lá, o tempo está lá. Quando o pensamento está lá, o sexo está lá, quando o pensamento está lá, Deus está lá. Quando o pensamento não está lá, não há Deus, não há sexo, não há lá nada.

U.G Krishnamurti